A escrita gaguejante e performática em "Manchas na pele, linguagem", de Nuno Ramos

Autores

  • Priscila Simeão Silva Maduro Pontifícia Universidade Católica de São Paulo -
  • Carlos Augusto Ferreirinha Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.28998/2317-9945.202480.207-221

Palavras-chave:

Nuno Ramos, Manchas na pele linguagem, Matéria-linguagem, Gagueira, Performance

Resumo

O fragmento “Manchas na pele, linguagem”, que abre o texto Ó (2008), do escritor e artista plástico Nuno Ramos, está inscrito no embate entre palavra e matéria. Este artigo tem, como objetivo, discutir as noções dos limites da linguagem e do dizer nesse fragmento, assim como refletir a propósito da construção de uma linguagem-matéria performática apontada e tecida pelo narrador da obra de Nuno Ramos. Sustenta-se, aqui, que “Manchas na pele, linguagem”, ao buscar conhecer a origem da palavra, joga luz à sua incapacidade mimética. Acrescente-se que essa insuficiência da língua em significar faz com que o narrador encene a linguagem, mais do que apenas a utilize para uma comunicação pragmática. Nesse sentido, há, no primeiro fragmento da obra, a matéria-linguagem em situação de performance. Para refletirmos a propósito dessas problematizações, lançaremos mão dos pressupostos de Deleuze (2011) acerca da fratura na língua corrente para mobilizar uma linguagem/escrita gaguejante e dos estudos de Zumthor (2005; 2007) sobre performance. Vislumbra-se, aqui, um texto que propõe uma escrita fraturada, mobilizando uma gagueira criativa. São nessas brechas que a performance, enquanto ação viva, precisa tomar espaço, a fim de concretizar a materialidade da linguagem no corpo.

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Biografia do Autor

Priscila Simeão Silva Maduro, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo -

Doutoranda em Literatura e Crítica Literária na PUC-SP. Bolsista CAPES. Mestre pelo Programa de Estudos Pós-graduados em Literatura e Crítica Literária (PEPG), Possui graduação em Letras - Português e Inglês e Respectivas Literaturas pelo Centro Universitário FIEO (2010); especialização em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP (2016). Cursou 2 anos de Estudios Literarios Latinoamericanos na Universidad Tres de Febrero, Buenos Aires (nível mestrado). Pesquisadora participante do Grupo O Narrador e as fronteiras do relato, veiculado à PUC-SP.

Carlos Augusto Ferreirinha, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP

Possui graduação em Letras - Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2014) no qual apresentou, como condição para obtenção de título, a monografia "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra: o resgate cultural em busca de uma neo-utopia"; mestrado em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2017) com a dissertação "Formas de recriação do Mito em contos de Mia Couto", trabalho que foi selecionado pelo Programa de Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para concorrer aos prêmios ANPOLL e ABRALIC de 2018 como Melhor Trabalho na categoria Dissertações e Teses. É doutorando no programa de Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com finalização prevista para 2024, desenvolvendo a tese "Travessias na trilogia Náusea: tensões e tessituras do silêncio na prosa ficcional de Edimilson de Almeida Pereira". Foi congratulado com o prêmio de Melhor Trabalho de Iniciação Científica pelo CNPq e pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo pelo trabalho "Dante na Poesia de Haroldo de Campos: maquinaria cósmica". Atualmente é professor de literatura no Colégio Dante Alighieri. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, literatura afrodiapórica, Mia Couto, contos moçambicanos, Dante Alighieri e A Divina Comédia.

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Publicado

2024-04-20

Como Citar

SIMEÃO SILVA MADURO, Priscila; FERREIRINHA, Carlos Augusto. A escrita gaguejante e performática em "Manchas na pele, linguagem", de Nuno Ramos . Revista Leitura, [S. l.], n. 80, p. 207–221, 2024. DOI: 10.28998/2317-9945.202480.207-221. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/17337. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários

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