A Iniciação Científica na formação dos estudantes do Ensino Médio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2019v11n24p453-473

Palavras-chave:

Iniciação Científica no Ensino Médio. Componente Curricular. Equação civilizatória. Autonomia. Instituto Federal Catarinense.

Resumo

A Iniciação Científica (IC) pode ser um espaço de formação inicial de estudantes como prática que aprofunda o conhecimento científico reflexivo e crítico e que articula a ciência e a tecnologia com as suas repercussões sociais. Neste artigo, defendemos a inserção da IC como componente curricular na Educação Básica e socializamos algumas contribuições da IC para a formação dos estudantes do Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul. Foi aplicado questionário eletrônico composto por perguntas abertas para 61 estudantes egressos do IFC – campus Rio do Sul. Os dados foram analisados tendo como fundamento a Análise Textual Discursiva, teve como base duas categorias a priori referidas como IC no Ensino Médio Ampliada numa Perspectiva de Formação Humanizadora (ICAH) e IC no Ensino Médio Reducionista numa Perspectiva Reprodutivista e Instrucionista (ICRI).  No que tange à formação dos estudantes, identificamos que a inclusão no currículo promove a autonomia, a formação crítica e reflexiva e a compreensão das implicações da ciência e da tecnologia na sociedade. Defendemos o seu acesso para todos os estudantes como um espaço crítico de caráter problematizador, dialógico, instigador, de autoria e autonomia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fátima Peres Zago de Oliveira, Instituto Federal Catarinense (IFC)

É doutora em Educação Científica e Tecnológica (UFSC/2017); mestre em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004); e, graduada em Matemática - Licenciatura Plena pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1990) e em Ciências pela Fundação Educacional Unificada do Oeste de Santa Catarina (1988). Professora titular do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal Catarinense. Conhece as Feiras de Matemática desde a sua primeira edição (1985) e é coordenadora da comissão permanente das Feiras de Matemática. Atua na organização e na formação de professores de Feiras desde 1999 e participa da Comissão Permanente das Feiras de Matemática desde a sua constituição em 2001. Atua e pesquisa na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática e formação de professores, com os principais temas: educação matemática crítica, feiras de matemática, iniciação científica, CTS, Nova Equação Civilizatória.

 

Paula Andrea Grawieski Civiero, Instituto Federal Catarinense (IFC)

Doutora em Educação Científica e Tecnológica - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ensino de Matemática - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Metodologia do Ensino de Matemática - Universidade do Alto Vale do Itajaí (UNIDAVI). Graduada em Ciências, habilitação plena em Matemática pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras ( FAFI). Professora da Educação Básica, Técnica e Tecnológica no Instituto Federal Catarinense (IFC) - Campus Rio do Sul. Atua nas disciplinas de matemática do Ensino Médio e no Curso de Licenciatura em Matemática e cursos de Formação Continuada de Professores. Tem experiência docente na área de Matemática e Iniciação Científica. Membro da Comissão Permanente das Feiras de Matemática. Membro do Núcleo de Pesquisa em Educação Tecnológica (NEPET/UFSC) e do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática do IFC. Linhas de pesquisa: Formação de Professores; Educação Matemática Crítica e Educação Científica e Tecnológica.

Walter Antonio Bazzo, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

WALTER ANTONIO BAZZO é engenheiro mecânico e doutor em educação na área de ciências. Desenvolve seus estudos em Educação Tecnológica com ênfase no processo civilizatório contemporâneo e nas relações entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica e do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) da UFSC, atua como membro do Conselho Editorial de várias revistas sobre Educação no Brasil e exterior. Publicou 10 livros (com varias edições) e mais de duzentos artigos científicos, além de alguns capítulos em livros de/com outros autores. Participou de mais de trezentos eventos entre congressos, seminários, aulas magnas e similares em âmbito nacional e internacional como palestrante. Um dos fundadores do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Tecnológica (NEPET - www.nepet.ufsc.br) é o seu atual coordenador. Desde a década de 1990, vem participando como colaborador de eventos e na elaboração de materiais didáticos na Organização dos Países Ibero-americanos (OEI).

Referências

ALVES, R.. A escola ideal – o papel do professor. 14 jun de 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU>. Acesso em: Mar. de 2015.

AMÂNCIO, A.M; QUEIROZ, A. P. R; AMANCIO FILHO, A.. O Programa de Vocação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Provoc) como estratégia educacional relevante. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, v.7, n.3, p.71-97. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, mar.jun./1999.

ARANTES, S.L.F; PERES, S.O. .Programas de iniciação científica para o ensino médio no Brasil: educação científica e inclusão social. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 10(1), São João del-Rei, janeiro/junho 2015.

AULER, D.; DELIZOICOV, D.. Alfabetização científico-tecnológica para quê? Ensaio, v.3. n.1. jun. 2001. p. 1-13.

BAZIN, M.J.. O que é Iniciação Científica. Revista do Ensino de Física, v. 5, n.1, p. 81-88, 1983.

BAZZO, W.A. Ciência Tecnologia e Sociedade: e o contexto da Educação Tecnológica. 4.ed. rev. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2014.

BAZZO, W. A PEREIRA, L.T.V.; BAZZO, J. L. S. Conversando sobre Educação Tecnológica. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2014a.

BAZZO, W.A. De Técnico e de Humano: questões contemporâneas. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2015.

BAZZO, W.A. Ponto de Ruptura Civilizatória: a Pertinência de uma Educação “Desobediente". Revista CTS, n. 33, v. 11. Set. 2016, pp. 73-91.

BODGAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Tradução de ALVAREZ, M. J.; SANTOS, S. B. dos; BAPTISTA, T. M. Porto: Porto Editora LDA, 1994.

BRASIL. MEC/SEB. Resolução CNE/CEB 2/2012, de 30 de jan. de 2012: Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio. [Diário Oficial da União], Brasília, 31 de janeiro de 2012, Seção 1, p. 20.

BRASIL. MEC/SEB. Resolução CNE/CEB 6/2012, de 20 de setembro de 2012: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. [Diário Oficial da União], Brasília, 21 de setembro de 2012a, Seção 1, p. 22.

CNPq. Iniciação Científica Júnior. [200-] Disponível em: <http://www.cnpq.br/web/guest/apresentacao13>. Acesso em: Set. de 2015

CIVIERO, P. A. G; GAUER, A. J; OLIVEIRA, F. P. Z. Projeto de Iniciação Científica no Ensino Médio: um olhar voltado para a produção e re-construção de saberes. In: XIV Simpósio Sulbrasileiro de Ensino de Ciências. Anais ... FURB: Blumenau/SC, 2006. CDROM.

CIVIERO, P. A. G.; VELHO, R. S.; SCHELLER, M OLIVEIRA, F. P. Z.; GAUER, A. J. O processo de orientação de trabalhos do projeto de Iniciação Científica e sua avaliação na FETEC – EAFRS. In: I Fórum Nacional de Iniciação Científica. Anais ... IFC: Camboriú/SC, 2008. CDROM.

CIVIERO, P. A. G. Transposição Didática Reflexiva. 2009. 179 f. Dissertação (Mestrado Profissional). Programa de Pós-graduação em Ensino de Matemática. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009

CIVIERO, P.A.G. Educação Matemática Crítica e as implicações sociais da ciência e da tecnologia no processo civilizatório contemporâneo: embates para a formação de professores de matemática. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica). Florianópolis: UFSC, 2016.

CIVIERO, P. A. G.; SANT’ANA, M. F. Roteiros de aprendizagem a partir da Transposição Didática Reflexiva. Bolema, Rio Claro (SP), v. 27, n. 46, p. 681-696, ago. 2013.

CLEBSCH, A.B.; TERRA, G.; VEIGA, R.K.; VELHO, R.S. Pesquisa e vivência experimental na Iniciação Científica. In: II Fórum Nacional de Iniciação Científica Ensino médio e Técnico (II FONAIC). Anais ... IFC, Concórdia, 2009. CD-ROM.

DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 1994.

DEMO, P. Iniciação Científica: razões formativas. In: MORAES, R.; LIMA,V. M. R (Org.). Pesquisa em Sala de Aula: tendências para a Educação em novos tempos. Porto Alegre: PUCRS, 2002.

DEMO, P. Educar pela Pesquisa. 9. ed. Revista. Campinas, SP: Autores Associados, 2011. (Coleção educação contemporânea).

DEMO, P. Educação Científica. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v.1. n.1.Itapetininga/SP: IFSP, maio/2014.

DIAS, R. A importância da iniciação científica: problemas e significados. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v. 1. n. 1. Itapetininga/SP: IFSP, maio/2014.

FERREIRA, C.A. Concepções da Iniciação Científica no Ensino Médio: uma proposta de pesquisa. Trabalho, Educação e Saúde, V.1, n.1, 2003. p.115-130.

FILIPECKI, A.; BARROS, S.S.; ELIA, M. F. A visão dos professorespesquisadores de um programa de vocação científica sobre Iniciação Científica de Estudantes do Ensino Médio. Ciência e Educação, V.12, n.2, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

GAUER, A. J.; CLEBSCH, A.; VEIGA, R. K.; TEREZO, R.F. Uma proposta de apoio à Iniciação Científica e à Pesquisa. In:II Fórum Nacional de Iniciação Científica Ensino médio e Técnico (II FONAIC). Anais ... IFC, Concórdia, 2009. CDROM.

GIL-PÉREZ, D. et al. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência e Educação, v.7. n. 2, p. 125-153, 2001.

HECK, T.G.; MASLINKIEWICZ, A.; SAINT’HELENA, M.G. Iniciação Científica no ensino médio: um modelo de aproximação da escola com a universidade por meio do método científico, RBPG, Supl. 2, V. 8, p. 447-465, março, 2012.

LÜDKE, M.; ANDRE, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2012. 99 p. (Temas básicos de educação e ensino).

MARCONDES, O. M. Por uma perspectiva deweyana da Iniciação Científica. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v.1. n.1.Itapetininga/SP: IFSP, maio/2014.

MASSI, L; QUEIROZ, S.L. Iniciação Científica no Ensino Superior: funcionamento e contribuições. Campinas/SP: Editora Átomo, 2010.

MASSI, L. Estudos sobre Iniciação Científica no Brasil: uma revisão. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.139, p.173-197, jan./abr.2010.

MATURANA, R. H. Emoções e linguagem na educação e na política. Trad. FORTES, José Fernando Campos. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

MEDEIROS, C. M. B. de et al. Reflexões sobre o aprendizado e vivências científicas de jovens residentes em áreas de vulnerabilidade social. In: IV Encontro Nacional de Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente, Niterói/RJ, 2014. Disponível em: . Acesso em: Maio de 2016.

MENEZES, L. C. de. O novo público e a nova natureza do ensino médio. Estudos avançados, v.14. n. 32, 2001.

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13.ed. São Paulo: Huditec, 2013.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. do C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: UNIJUÍ, 2007.

NEVES, R.M.C. Das lições de Iniciação Científica ou a Pedagogia de Laboratório. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, v.7, n. 3, p.7197. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, mar.jun/2001.

OBMEP – Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. 2015. Disponível em: . Acesso em: Jan. de 2015

OHAYON, P. et al. Iniciação Científica: uma metodologia de avaliação. Ensaio, V. 15. n. 54, 2007.

OVIGLI, D. F. B. Iniciação Científica na Educação Básica: uma atividade mais que necessária. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v.1. n.1.Itapetininga/SP: IFSP, maio/2014.

OLIVEIRA, A. de. Política científica no Brasil: análise das políticas de fomento à pesquisa do CNPq. Florianópolis. 2003. 137 f. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências da Educação, Programa de PósGraduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

OLIVEIRA, A.de. A Iniciação Científica Júnior (ICJ): aproximações da educação superior com a educação básica. 2015. 282 f. + Anexos. Tese (Doutorado) - Centro de Ciências da Educação, Programa de PósGraduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

OLIVEIRA, F. P. Z.; GAUER, A. J.; SCHELLER, M.; CIVIERO, P. A. G.; VELHO, R. S. 2008 Projeto de Iniciação Científica como parte constituinte do currículo: experiências e desafios – EAFRS. In: I Fórum Nacional de Iniciação Científica. Anais ... IFC: Camboriú/SC, 2008. CDROM.

OLIVEIRA, F. P. Z. et al. Iniciação Científica para Quê? Enseñanza de las Ciencias, v. 01, p. 2764-2768, 2013.

OLIVEIRA, F. P. Z. de. Pactos e impactos da Iniciação Científica na formação dos estudantes do Ensino Médio. 2017. 343 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

OVIGLI, D. F. B. Iniciação Científica na Educação Básica: uma atividade mais que necessária. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v.1. n.1.Itapetininga/SP: IFSP, maio/2014.

POSTMAN, N.; WEINGARTNER, C. Contestação: nova fórmula de ensino. Tradução de Álvaro Cabral. Editora Expressão e Cultura: Rio de Janeiro, 1971.

SCHELER, M. Modelagem Matemática na Iniciação Científica: contribuições para o Ensino Médio Técnico. 2009. 229 f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Ensino de Matemática) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Matemática, Porto Alegre, 2009.

SCHELLER, M.; CIVIERO, P. A. G; OLIVEIRA, F. P. Z. Pedagogical Actions of Reflective Mathematical Modelling. In: Gloria Ann Stillman, Werner Blum, Maria Salett Biembengut. (Org.). Mathematical Modelling In Education Research and Practice: Cultural, Social and Cognitive Influences. 1ed.Londres: Springer, 2015, v. Único, p. 397-406.

SCHWARTZMAN, S. Formação da Comunidade Científica no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional; Rio de Janeiro: Financiadora de Estudos e Projetos, 1979.

SOUZA, I. C. F. Os egressos do Programa de Vocação Científica do Rio de Janeiro e suas concepções sobre o trabalho. Ciência em Tela, V. 3, n. 1, 2010.

VASCONCELOS, G.A.N. Diálogo com Humberto Maturana: interpelações sobre a ética. Revista Tessituras, n.01, Maio 2010. Disponível em: < http://www.revistatessituras.com.br>. Acesso em: Fev. de 2016.

Downloads

Publicado

2019-08-31

Como Citar

OLIVEIRA, Fátima Peres Zago de; CIVIERO, Paula Andrea Grawieski; BAZZO, Walter Antonio. A Iniciação Científica na formação dos estudantes do Ensino Médio. Debates em Educação, [S. l.], v. 11, n. 24, p. 453–473, 2019. DOI: 10.28998/2175-6600.2019v11n24p453-473. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/6899. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “Práticas, pesquisas e reflexões sobre a educação profissional, científica e tecnológica no Brasil"

Artigos Semelhantes

<< < 91 92 93 94 95 96 97 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.