O significado da distopia em Não Verás País Nenhum: uma reflexão sobre literatura e política
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202168.281-296Palavras-chave:
Literatura, Distopia, TotalitarismoResumo
Este artigo analisou o universo distópico da obra Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, publicado em 1981. A hipótese é a de que a distopia é usada como um recurso literário para tratar de problemas políticos e socioculturais agravados na realidade trazida pelo autor, pois defende-se a ideia de que a literatura pode ser potencialmente um dispositivo de denúncia social. Com base nessa suposição, escolheu-se discutir aspectos internos da narrativa com o propósito de identificar qual o significado da distopia, como o discurso das personagens, o ambiente e o contexto político da obra, a fim de propor reflexões acerca da insatisfação da realidade e do que se pode fazer para melhorá-la. A conclusão que se chegou é a de que, de fato, a distopia é utilizada como recurso literário e político para abordar problemas socioculturais, quando confrontadas com a realidade, denunciando e alertando as sociedades atuais e futuras. Para a análise, o aporte teórico deu-se à luz de Souza (2016), Mangueira (2016), Hilário (2013), Suvin (2003), dentre outros elucidadores da questão sobre distopia.