O itinerário de Tânatos: a análitica do Dasein e as conformações utópicas em "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.200332.135-151Palavras-chave:
Morte, Distopia, Dasein, Facticidade, DevirResumo
Firma-se este presente trabalho em uma perspectiva de leitura
que enfatiza um centramento na questão do tanático como fator que irá
deflagrar em Morte e Vida Severina, poema dramático do escritor
pernambucano João Cabral de Melo Neto, as possibilidades existenciais
que solidificam a disposição do ser-no-mundo como constante devenir e
como elemento sintetizador tanto de um não-ser que lhe é intrínseco,
quanto da idéia de negação da negação absoluta representada pela morte, posto que na própria descontinuidade de seu estar-lançado encontra estímulo para ir em busca de um ainda-não-ser que se lhe abre como um horizonte pleno de um poder-ser. A hermenêutica ontológica do filósofo alemão Martin Heidegger irá se associar aqui, respeitando-se as
inevitáveis divergências de óptica conceptual, ao conceito de utopia a que
se empenharam em estudar pensadores como Emst Bloch e Karl
Mannheim, entre outros.