Olhos de pedra: história e monstruosidade em Notre-Dame de Paris
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.201249.15-34Palavras-chave:
História, Monstruosidade, Victor HugoResumo
A sensibilidade literária do século XIX, permeada pelo Romantismo, problematizou e tornou fluidas as fronteiras convencionais entre concepções antagônicas como belo e feio, bem e mal, real e fantástico. Redefiniu o que a tradição estética denominava de “grotesco”, dando a este uma importância inédita para a arte. Mas, mais do que ser simplesmente uma opção estética, a recorrência do tema da monstruosidade em obras ficcionais oitocentistas frequentemente desnudou as inquietações da época a respeito do devir histórico. Tomando como base essas premissas, iremos analisar o romance hugoano Notre-Dame de Paris, em seus possíveis entrelaçamentos com uma visão da História como monstruosidade.