As vozes do romance: o dito marcado pelo não-dito, em A Resistência (2015), de Julián Fuks
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202066.261-270Palavras-chave:
Resistência. Romance. Formalismo. Narrador. FuksResumo
O gênero romance surge no âmbito literário para que sirva de espaço para personagens de cunho comum e pertencentes às classes mais humildes da sociedade, como a classe média. O presente trabalho tem como objetivo observar e analisar a trajetória da personagem narradora do romance do autor brasileiro Julián Fuks, A Resistência (2015), verificando como a forma em que a busca incessante pelo irmão na obra permite expressar a particularidade de um momento na História, a ditadura militar, e simultaneamente a interpretação dos fatos narrados permite a existência da possibilidade de dois narradores. A metodologia utilizada é o realce e o destacamento de duas passagens em que o narrador do romance descreve seu irmão, contudo, as descrições são contraditórias. A bibliografia baseia-se nos trabalhos O Homem e seus Símbolos (1964), A Ascensão do Romance (1959), do professor e psiquiatra austríaco Carl G. Jung e do teórico literário Ian Watt, respectivamente, “Da evolução literária”, de Yuri Tynianov, formalista russo, e o conceito de plurilinguismo, de Mikhail Bakthin. Assim, graças à maneira como é estruturado o romance moderno contemporâneo juntamente com o uso da linguagem literária do autor em questão, podemos conceber a possibilidade de dois narradores irmãos.