Razão e danação nos contos policiais de Jorge Luis Borges
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202066.398-414Palavras-chave:
Razão, Policial, Conto, Danação, Borges.Resumo
Neste artigo, o objetivo é discutir a formação do gênero policial em Jorge Luis Borges a partir de duas tendências, a razão e a danação, tendo como seus corolários os detetives Isidro Parodi, Ryan e Lönnrot. Para isso, voltamos aos ensaios de Borges acerca das leis para a construção de um conto policial, escolhemos três ensaios – Os labirintos policiais e Chesterton (1935), Sobre Chesterton (1952) e O conto policial (1979) –, para cotejar e verificar como essas leis funcionam nos contos escolhidos para o corpus – As doze figuras do mundo (1941) e As noites de Goliadkin de Seis Problemas para dom Isidro Parodi e A morte e a bússola (1942) e o Tema do traidor e do herói (1944) de Ficções. Assim, a guisa de conclusão, comparamos os ensaios e os contos entre si, tendo em vista, principalmente, a consecução de duas linhagens, uma que aposta na capacidade totalizadora e intelectual da razão, o cogito de Descartes; e outra, matizada, em que a razão derrapa, não consegue dar conta do enigma, se metamorfoseia como danação.