Notas sobre o fascismo: o gênero neutro como ameaça ao imaginário da soberania linguística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2317-9945.202169.295-307

Palavras-chave:

Discurso. Gênero neutro. Fascismo. Cinismo

Resumo

A partir da hipótese de que o discurso fascista se inscreve em uma prática discursiva cínica que, ao atingir a língua, atinge diretamente o sujeito usuário da língua, analiso excertos do Projeto de Lei no 5198/2020, de autoria do Deputado Federal Junio Amaral, do Partido Social Liberal, o PSL. As reflexões propostas neste texto dão conta de que o discurso que se constrói no documento legislativo, compreendido o discurso na esteira de Foucault, como a luta pelo poder do qual se quer apropriar, a partir de um procedimento de interdição por direito privilegiado do sujeito do enunciado, entrecruzado tanto ao procedimento do ritual da circunstância jurídica quanto ao do tabu do objeto possibilita que o fascismo da atualidade busque sua permanência no seio social e siga produzindo efeitos nefastos sob a forma de práticas discursivas cínicas. Essa prática discursiva se inscreve em um espaço de verdade totalitária, soberana, fazendo-nos observar de perto o abismo instalado nas fissuras de uma democracia esfacelada, à qual tentamos desesperadamente sobreviver e (r)existir.

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Biografia do Autor

Luciana Garcia, Universidade de Franca

Programa de Pós-graduação em Linguística

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Publicado

2021-06-14

Como Citar

GARCIA, Luciana. Notas sobre o fascismo: o gênero neutro como ameaça ao imaginário da soberania linguística. Revista Leitura, [S. l.], n. 69, p. 295–307, 2021. DOI: 10.28998/2317-9945.202169.295-307. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/11900. Acesso em: 17 set. 2024.

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