Cartomancie (1952-1999): livro de artista, poesia em jogo
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.200434.117-146Palavras-chave:
Autoria, poesia, arte moderna, Vincent do Rego MonteiroResumo
Este estudo vai enfocar alguns aspectos do estatuto artístico do
livro moderno e contemporâneo vinculado à crise da noção de autoria até
há pouco profundamente marcada, ainda, pelo mito romântico da
originalidade. Serão apresentados exemplos de saída para essa crise e, em seguida, iremos tratar do caso particular de recriação artística de
Cartomancie (Paris: La Presse à Bras, 1952), livro escrito, ilustrado, e
impresso pelo pintor e poeta modernista brasileiro Vicente do Rego
Monteiro (1899-1970).
A reedição desse pequeno livro, acontecida em Recife, em 1999,
concretiza o projeto original da publicação de Cartomancie no formato de
um baralho. O seu percurso editorial reúne, a nosso ver, as condições de
análise dos muitos problemas estéticos que, enunciados durante o
alvorecer das primeiras vanguardas artísticas do século XX, repercutem
em novas formas de colaboração imagem-texto e se atualizam na releitura intersemiótica realizada na pós-modernidade.