O silenciamento da mulher no discurso do amor cortês

Autores

  • Ana Beatriz Fernandes Ferreira Domingues Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.28998/2317-9945.200128-29.139-151

Palavras-chave:

Discurso, ideologia, posição-sujeito feminino, Idade Média, silenciamento

Resumo

Tradicionalmente o discurso amoroso medieval, mais
especificamente, o amor cortês difundido na França do século XII é visto
como o lugar de dominação feminina. De acordo com as regras desse
jogo, a mulher deve ocupar a posição de suserana, enquanto ao homem
cabem os serviços de vassalo. Repete-se no âmbito amoroso as normas
que regem a sociedade feudal. Porém, analisando as condições de
produção do discurso amoroso medieval, observa-se que, socio-historicamenie,
o sujeito medieval é regido por uma formação discursiva
que lhe impõe dizer e significar de acordo com o que prescreve a
ideologia cristã. É assim que encontramos uma posição-sujeito feminina
que é "falada" pelo punho masculino, melhor dizendo, segundo a visão de
mulher que os clérigos propagaram durante a Idade Média. Portanto, no
discurso do amor cortês, observa-se o silenciamento da mulher, pois os
dizeres possíveis na arte da sedução não consideram a vontade do sujeito
empírico feminino, A voz que ecoa naquele discurso é apenas masculina,
já que reflete o ponto de vista dos religiosos da época, responsáveis por
ensinar como devem se portar homens e mulheres na arte da sedução.

 

DOI: 10.28998/0103-6858.2001n28-29p139-151

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Publicado

2019-04-01

Como Citar

DOMINGUES, Ana Beatriz Fernandes Ferreira. O silenciamento da mulher no discurso do amor cortês. Revista Leitura, [S. l.], v. 2, n. 28-29, p. 139–151, 2019. DOI: 10.28998/2317-9945.200128-29.139-151. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/7513. Acesso em: 19 dez. 2024.

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