Palavras do paraíso e verdade das singularidades: leitura-codificação e leitura-experimentação
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202067.209-219Palavras-chave:
Leitura. Codificação. Experimentação. Palavras do paraíso. SingularidadeResumo
Neste artigo, discutimos sobre o valor empoderador da singularidade do estar no mundo dos sujeitos, por esta ser um desvio de estado de ordem conservador do mundo fundado em noções ocidentalistas de universalidade, abstração e utilitarismo. Analisamos uma interação familiar em que pais leem com a filha, Maria Flor, com a qual se pode refletir sobre como sentidos formais – leitura como decodificação – podem interditar o potencial criativo dos sujeitos sociais – leitura como experimentação de diversos sensos e sensibilidades. Apoiamo-nos na discussão de Bakhtin (2010) sobre responsabilidade, não-álibi e verdade (pravda) e Benjamim (2011) sobre palavras do paraíso, queda do paraíso e magia da linguagem. Aventamos em nossa argumentação como nossas interações pessoais e os poderes sociais podem se organizar para não interditar a fruição dos desejos singulares, em função do imperativo de sentidos dogmáticos. A língua não deixa de ser meio sem fim determinado, mas de fato é um lugar onde se pode experimentar e construir o mundo.