Construção da identidade docente

nuances que se revelam em projetos pedagógicos para formação de professores de química

Autores

  • Christina Vargas Miranda e Carvalho Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí
  • Sandra Cristina Marquez Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Hélder Eterno da Silveira Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2021v13nEsp2p66-86

Palavras-chave:

Licenciatura em Química, Proposta Pedagógica, Dimensões Formativas, Identidade Docente

Resumo

Este artigo apresenta um recorte de uma tese de doutoramento que pesquisou sobre os modos de organização de cursos de formação de professores de Química no Estado de Minas Gerais, tomando como base dimensões formativas necessárias ao desenvolvimento profissional e ao trabalho docente. No presente texto, enfocamos a ‘dimensão conceitual básica e disciplinar’ e a ’dimensão instrumental, técnica e prática’ a fim de delinear o perfil dos cursos de Licenciatura em Química estudados e fazer inferências sobre as possibilidades e necessidades formativas que abarcam a construção da identidade profissional docente. Para tanto, analisamos os projetos pedagógicos do curso de Licenciatura em Química de três universidades públicas federais do referido Estado, no que tange a organização de suas propostas pedagógicas e de suas matrizes curriculares. Identificamos que um dos cursos apresenta a tendência de ofertar uma formação de professores com características bacharelizantes, reverberando em restrições à construção da identidade docente. Já os outros dois cursos, apesar da necessidade de alguns ajustes em suas propostas pedagógicas, propiciam a constituição da identidade profissional dos professores de Química.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Christina Vargas Miranda e Carvalho , Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí

Possui Licenciatura em Química (2000) pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - FAFI, Formiga/MG, Especialização Lato-Sensu em Química (2002) pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, Lavras/MG, Mestrado em Ciências Moleculares (2013) pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, Anápolis/GO e Doutorado em Química (2020), área de concentração Educação em Química, pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia/MG. Atuou na Educação Básica como professora de Química, em escolas das redes pública e privada de Minas Gerais, entre 2001 e 2010. Atualmente é professora do quadro efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Urutaí, ministra aulas de Química para os Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio e disciplinas voltadas à formação pedagógica do Curso de Licenciatura em Química. Atua na área de Educação em Química, Ensino de Química e Formação de Professores.

 

http://lattes.cnpq.br/2120238270500914

Sandra Cristina Marquez, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui Licenciatura em Química (2000) pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - FAFI, Formiga/MG, Especialização Lato-Sensu em Química (2002) pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, Lavras/MG, Mestrado em Ciências Moleculares (2013) pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, Anápolis/GO e Doutorado em Química (2020), área de concentração Educação em Química, pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia/MG. Atuou na Educação Básica como professora de Química, em escolas das redes pública e privada de Minas Gerais, entre 2001 e 2010. Atualmente é professora do quadro efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Urutaí, ministra aulas de Química para os Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio e disciplinas voltadas à formação pedagógica do Curso de Licenciatura em Química. Atua na área de Educação em Química, Ensino de Química e Formação de Professores.

 

http://lattes.cnpq.br/3648722499995197

Hélder Eterno da Silveira, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Possui graduação em Química: Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal de Uberlândia (1997). Especialista em Educação para Ciência - Faculdade de Educação - UFU (2000). Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Uberlândia (2002). Doutor em Educação pela UNICAMP (2008), com estágio de doutoramento na Faculdade de Ciências e Tecnologia - Secção de História da Ciência da Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Em 2013 e 2015 realizou aperfeiçoamento na Stanford University (EUA), no Stanford Teacher Education Program (STEP). Em 2014 participou da Escola de Formação de Professores no CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), em Genebra -Suiça. Atualmente é Professor Associado, da Universidade Federal de Uberlândia. Foi coordenador Institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID/UFU (2008-2011). Coordenou o Programa de Consolidação das Licenciaturas - PRODOCÊNCIA/UFU (2010-2011). Membro da Comissão de Licenciaturas Internacionais - PLI/UFU (2010-2011). Supervisionou a Divisão de Licenciaturas - Diretoria de Ensino - UFU (2010-2011). Participou da Comissão Avaliadora de Livros Didáticos de Química do Ministério da Educação no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2010) e foi coordenador pedagógico do processo de avaliação do PNLD Química 2018. Coordenou a área de Ciências da Natureza - Convênio UFU/INEP 2011-2012. Assessorou o Fórum Nacional de Pró-reitores de Graduação (2011-2012). Professor do Programa de Pós-Graduação - Mestrado e Doutorado - em Química da UFU, área de concentração: Educação em Química e Professor do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática do Instituto de Física da UFU. Entre 2011 e 2015, atuou no cargo de Coordenador-Geral de Programas de Valorização do Magistério da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, onde coordenou programas de formação de professores e programas de extensão universitária, tais como os programas: Novos Talentos, Pibid, Pibid Diversidade, Observatório da Educação, Observatório da Educação Escolar Indígena, Desenvolvimento Social por meio dos Arranjos Produtivos Locais dos Estados, entre outros. Atualmente ocupa o cargo de Pró-Reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Uberlândia, gestão 2017-2020. Tem experiência na área de Educação, com ênfase no Ensino de Ciências, discutindo principalmente os seguintes temas: formação professores, política pública de formação de professores, ensino de química, avaliação de material didático e história da ciência.

 

http://lattes.cnpq.br/9626994578221224

Referências

ARROYO, M. G. Currículo, território em disputa. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2013. 374 p.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016. 280p.

BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

BEJARANO, N. R. R.; CARVALHO, A. M. P. A. Educação Química no Brasil: uma visão através das pesquisas e publicações da área. Educación Química, v. 11, n. 1, p. 160-167, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei Nº 11.788 de 25 de setembro de 2008. Brasília: MEC, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 01, de 18 de fevereiro de 2002. Brasília: MEC/CNE/CP, 2002a.

BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 02, de 19 de fevereiro de 2002. Brasília: MEC/CNE/CP, 2002b.

BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 02, de 1° de julho de 2015. Brasília: MEC/CNE/CP, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno. Resolução CNE/CP Nº 02, de 20 de dezembro de 2019. Brasília: MEC/CNE/CP, 2019.

CANDAU, V. M. F. Novos rumos da licenciatura. Brasília: INEP/PUC-RJ, 1987. 93 p.

CARVALHO, C. V. M. Dimensões da profissionalização e do trabalho de professores de Química: em foco os projetos pedagógicos. 2020. 225f. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal de Uberlândia, UFU. Programa de Pós-graduação em Química. Uberlândia, MG, 2020.

CHEVALLARD, Y. La Transposicion Didactica: del saber sabio al saber enseñado. Argentina: La Penseé Sauvage, 1991.

D’ÁVILA, C. M.; SONNEVILLE, J. Trilhas percorridas na formação de professores: da epistemologia da prática à fenomenologia existencial. In: VEIGA, I. P. A.; D’ÁVILA, C. M. (Orgs.). Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas. Campinas: Papirus, 2008. p. 23-44.

DINIZ-PEREIRA, J. E. Da racionalidade técnica à racionalidade crítica: formação docente e transformação social. Perspectivas em Diálogo: Revista de Educação e Sociedade, v. 1, n. 1, p. 34-42, 2014.

FRANCISCO JR, W. E.; OLIVEIRA, A. C. G. Oficinas Pedagógicas: Uma Proposta para a Reflexão e a Formação de Professores. Química Nova na Escola, v. 37, n. 2, p. 125-133, 2015.

FRANCISCO JR; PETERNELE, W. S.; YAMASHITA, M. A formação de professores de Química no estado de Rondônia: necessidades e apontamentos. Química Nova na Escola, v. 31, n. 2, p, 113-122, 2009.

GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.

GATTI, B. A.; BARRETTO, E. S. S.; ANDRÉ, M. E. D. A. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2011. 300 p.

GAUCHE, R.; SILVA, R. R.; BAPTISTA, J. A.; SANTOS, W. L. P.; MÓL, G. S.; MACHADO, P. F. L. Formação de professores de química: concepções e proposições. Química Nova na Escola, n. 27, p. 26-29, 2008.

ISAIA, S. M. A.; BOLZAN, D. P. V. Trajetórias da docência: articulando estudos sobre processos formativos e a aprendizagem de ser professor. In:_____; _____ (Orgs.). Pedagogia universitária e desenvolvimento profissional docente. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. p. 121-143.

KASSEBOEHMER, A. C.; FERREIRA, L. H. O espaço da prática de ensino e do estágio curricular nos cursos de formação de professores de Química das IES públicas paulistas. Química Nova, v.31, n.3, p.694-699, 2008.

LIBÂNEO, J. C. Formação de Professores e Didática para Desenvolvimento Humano. Educação & Realidade, v. 40, n. 2, p. 629-650, 2015.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2 ed. Rio de Janeiro: EPU - Editora Pedagógica e Universitária, 2014. 112p.

MALDANER, O. A. A pós-graduação e a formação do educador químico. In: ROSA, M.I.P.; ROSSI, A. V. (Orgs.) Educação Química: memórias, tendências, políticas. Campinas: Átomo, 2008. p. 269-288.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas 2003. 311p.

MELLO, G. N. Formação inicial de professores para a educação básica: uma (re)visão radical. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 1, p. 98-110, 2000.

MESQUITA, N. A. S.; SOARES, M. H. F. B. Diretrizes para a formação de professores da Educação Básica em interface com a licenciatura em Química: em contexto as possibilidades formativas. Química Nova, v. 37, n. 6, p.1072-1077, 2014.

MOREIRA, A. F. B. Currículo, cultura e formação de professores. Educar, n. 17, p. 39-52, 2001.

NÓVOA, A. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 166, p. 1106-1133, 2017.

PIMENTA, S. G. Formação de professores: saberes da docência e identidade do professor. Revista da Faculdade de Educação, v. 22, n. 2, p. 72-84, 1996.

PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade entre teoria e prática? 11 ed. São Paulo: Cortez, 2012. 224p.

PIMENTA, S. G; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2004.

PIMENTA, S. G; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência: diferentes concepções. Revista Poíesis, v. 3, n. 3 e 4, p. 5-24, 2005/2006.

SACRISTÁN, J. G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SCHNETZLER, R. P. A pesquisa em Ensino de Química no Brasil: conquistas e perspectivas. Química Nova, v. 25, supl. 1, p. 14-24, 2002.

SCHNETZLER, R. P. Educação Química no Brasil: 25 anos de ENEQ – Encontro Nacional de Ensino de Química. In: ROSA, M. I. P.; ROSSI, A. V. (Orgs.) Educação Química no Brasil: memórias, políticas e tendências. Campinas: Editora Átomo, 2008. 296p. p. 17-38.

SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2018. 109p.

SILVA, R. M. G.; SCHNETZLER, R. P. Concepções e ações de formadores de professores de Química sobre o estágio supervisionado: propostas brasileiras e portuguesas. Química Nova, v. 31, n. 8, p. 2174-2183, 2008.

SILVA, T. T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

TERRAZZAN, E. A.; DUTRA, E. F.; WINCH, P. G.; SILVA, A. A. Configurações curriculares em cursos de Licenciatura e formação identitária de professores. Revista Diálogo Educacional, v. 8, n. 23, p. 71-90, 2008.

VEIGA, I. P. A. Docência como atividade profissional. In:______; D’ÁVILA, C. M. (Orgs.). Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas. Campinas: Papirus, 2008. p. 13-21.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 17ed. Petrópolis: Vozes, 2014. 325 p.

Downloads

Publicado

2021-11-30

Como Citar

CARVALHO , Christina Vargas Miranda e; MARQUEZ, Sandra Cristina; SILVEIRA, Hélder Eterno da. Construção da identidade docente: nuances que se revelam em projetos pedagógicos para formação de professores de química. Debates em Educação, [S. l.], v. 13, n. Esp2, p. 66–86, 2021. DOI: 10.28998/2175-6600.2021v13nEsp2p66-86. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/13046. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Formação Docente em Química: foco e intersecções para ampliar o entendim

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.