Políticas e ideologias linguísticas no Instituto Federal Farroupilha: um olhar autoetnográfico
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202483.429-445Parole chiave:
Políticas Linguísticas., Educação profissional tecnológica, Internacionalização, Decolonização, Formação críticaAbstract
Este trabalho tem por objetivo discutir as políticas linguísticas (PL) no contexto da Educação Profissional e Tecnológica, analisando as diretrizes curriculares que fundamentam o ensino médio e superior tecnológico, e propor uma política linguística e um plano de internacionalização para o Instituto Federal Farroupilha (IFFar). A pesquisa, desenvolvida no âmbito de um estágio supervisionado de pós-doutorado em Linguística na Universidade de Brasília, está embasada no estudo de Rosa, Ziegler e Arnt (2024), que examina os caminhos e desafios da internacionalização da educação no IFFar, considerando suas (re)construções e (des)caminhos. A investigação compreende as políticas linguísticas como um campo de ação política, pautado por escolhas, decisões, planejamento e responsabilidades dos agentes institucionais em um sistema democrático. A abordagem teórica adota um viés decolonial, ancorado nos pressupostos de Rajagopalan (2003, 2013) e Lagares (2018), visando à promoção de uma educação linguística crítica no ensino de línguas. A proposta destaca a inter-relação entre conhecimento, cultura e poder, evidenciando a necessidade de uma práxis pedagógica libertadora e intercultural, fundamentada no pensamento de Paulo Freire (1970, 1992, 1996). Dessa forma, busca-se contribuir para a descolonização do saber, promovendo uma internacionalização crítica que valorize a diversidade linguística e cultural dos sujeitos envolvidos no processo educacional.
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