TRANSLADO: o lado trans e travesti da prostituição
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202169.109-121Parole chiave:
Gênero. Discurso. Resistência. Travesti. TransexualAbstract
O presente artigo pretende analisar a relevância da linguagem nos processos sociais de dominação e transformação, tomando como objeto de análise a obra literária Translado: narrativas trans. da Av. Pedro II (2018). O livro registra um projeto que buscou, através da arte, resgatar memória, território e identidade de travestis e mulheres trans. da Av. Pedro II em Belo Horizonte, Minas Gerais. Assim, através de materialidades significantes diversas – em forma de oficinas – emergiram narrativas de vivências, posições e práticas de resistência aos discursos de consenso produzidas pelas próprias travestis e mulheres trans. Para tanto, buscou-se tratar a temática de gênero com base nos estudos de Judith Butler, em Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (2012); sobre a questão do discurso, embasamo-nos em A ordem do discurso (1996) de Foucault e no aporte de Gérard Genette sobre Paratextos Editoriais (2018); e, por fim, a respeito de política e resistência, Putafeminista (2018), de Monique Prada corrobora com a pesquisa na medida em que aponta as problemáticas em torno do exercício da prostituição no Brasil. Destarte, foi possível confirmar a importância da linguagem – seja ela literária, artística, corporal – nas relações e interpelações e concluir que esta está intrinsecamente amarrada às tramas sociais.