Crítica da medicalização na educação escolar: um saber necessário na formação de professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2020v12n26p15-35

Palavras-chave:

Educação. Medicalização. Formação

Resumo

Este artigo trata da temática medicalização e educação em uma perspectiva crítica. Analisa o processo exacerbado da crescente medicalização da subjetividade e os impactos provocados por tais intervenções no campo da formação escolar. É resultado de reflexões realizadas junto à disciplina de Psicologia da Educação por mim ministrada. O debate aqui proposto se sustenta nas contribuições analíticas advindas da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. As análises aqui propostas indicam que a medicalização crescente do processo educacional exige um posicionamento intelectual crítico de educadores e demais profissionais da Educação para o desenvolvimento de atitudes de resistência e de compreensão da produção de uma existência empobrecida na contemporaneidade.

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Biografia do Autor

Ademir Henrique Manfré, Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE)

Meu nome é Ademir Henrique Manfré. Sou professor da Universidade do Oeste Paulista/UNOESTE. Leciono junto aos cursos de graduação em licenciatura da FACLEPP da referida Universidade. Atualmente, desenvolvo pesquisas no campo da Educação Escolar, Inclusão escolar, Formação de Professores. Sou parecerista da REVISTA COLLOQUIUM HUMANARUM da universidade a qual estou vinculado. Também oriento pesquisas de Iniciação Científica na graduação, participando do Grupo de Pesquisa NUPEEX.

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Publicado

2020-04-06

Como Citar

MANFRÉ, Ademir Henrique. Crítica da medicalização na educação escolar: um saber necessário na formação de professores. Debates em Educação, [S. l.], v. 12, n. 26, p. 15–35, 2020. DOI: 10.28998/2175-6600.2020v12n26p15-35. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/6243. Acesso em: 15 out. 2024.

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