Eu tenho algo a dizer, não vou ficar calado: o dinheiro em “Rap é compromisso” (2001), de Sabotage
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.202170.62-75Palabras clave:
Rap, Sabotage, Dinheiro, Gêneros do discurso, CidadaniaResumen
As manifestações artístico-culturais do movimento hip hop, sobretudo da sua vertente musical, o rap, tem despertado o interesse de pesquisadores de diversos campos das humanidades, por envolverem jovens em contextos urbanos manifestando-se sobre questões de interesse contemporâneo, tais como violência, religiosidade, gêneros, drogas, mídias, identidades, ativismo político, linguagem musical, informação e conhecimento, segregação racial e social, arte e vida urbana, sociabilidade e estilos de vida, experiência do jovem nas periferias das grandes cidades, entre outras. Este artigo busca identificar, selecionar e analisar as referências linguísticas a dinheiro/finanças nas músicas do disco “Rap é compromisso” (2001), do rapper paulistano Sabotage, situando o rap como um gênero discursivo marcado por uma preocupação programática de discutir a realidade social de populações excluídas do progresso material e seus benefícios em certas sociedades contemporâneas. Por isso, esta abordagem se valeu das noções de gêneros do discurso, de Mikhail Bakhtin (2019) e o Círculo, e de cidadania em Milton Santos (2014), para mostrar como o dinheiro é representado numa relação entre a necessidade e o crime.