Os parques infantis de Mário de Andrade no contexto das transformações políticas de atendimento à infância no período da ditadura militar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2022v14n34p270-284

Palavras-chave:

Políticas públicas, Educação infantil, Ludicidade

Resumo

Este artigo tem o objetivo de refletir sobre o significado da criação dos Parques Infantis em 1935, na cidade de São Paulo e sua extinção em 1975, no contexto das transformações políticas ocorridas no século XX, em relação ao cuidado e à educação da infância no período da ditadura militar. O trabalho foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica de autores como Haddad (2006; 2008), Faria (1995; 1999; 2002) e Duarte (2000). A extinção dos Parques Infantis, no período da ditadura militar, refletiu as transformações de atendimento de crianças pequenas processadas nas políticas públicas de países ocidentais sob influência norte-americana, apontando para o fortalecimento de um modelo de atendimento arraigado aos pressupostos do silenciamento cultural, com reverberações até os dias atuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Nin Ferreira, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Licenciado em Artes Plásticas, possui Mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Alagoas. Atualmente é Professor Adjunto no Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas. Trabalhou de 1982 a 2010 como arte educador em escolas da educação básica, públicas e privadas, e em escolas de arte em São Paulo e Santo André, em projetos de artes visuais. Desde a década de 1990 tem participado de projetos de formação de professores em artes visuais, em Diadema, São Bernardo e São Paulo (PEC/USP) . Desde 2004 atua no ensino superior sempre na área de arte. Na UFAL desenvolveu projetos de extensão na formação continuada de professores de ensino fundamental e educação infantil na área de arte. Atua com os seguintes temas: arte na educação básica, formação de professores, infância, crianças e sociologia da infância. Atualmente desenvolve Estágio Científico Avançado de Pós-Doutoramento em Estudos da Criança, na especialidade Infância, Cultura e Sociedade, na Universidade do Minho, Portugal.

Referências

ABDANUR, Elisabeth. Parques Infantis de Mário de Andrade. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 36, p. 263-270, 1994.

AMORIM, Kátia de Souza; YAZLLE, C.; ROSSETTI-FERREIRA, M. C. Binômios saúde-doença e cuidado-educação em ambientes coletivos de educação da criança pequena. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, Brasil, v. 10, n. 2, p. 3-18, 2000.

ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Chapecó: Ed. UFFS, 2019. Disponível em https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/3122/1/Macuna%C3%ADma%20-%20PDF.pdf. Acesso em 24/07/2020.

AZEVEDO, Fernando de, et al. Manifesto dos pioneiros da educação nova (1932). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p.188–204, ago. 2006 - ISSN: 1676-2584 Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/

revista/edições/22e/doc1_22e.pdf. Acesso em 11 dez 2012.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

COUTINHO, Ângela Scalabrin; MORO, Catarina. Educação infantil no cenário brasileiro pós golpe parlamentar: políticas públicas e avaliação. Zero-a-Seis, v. 19 n. 36, p. 349-360, jul-dez, 2017. https://doi.org/10.5007/1980-4512.2017v19n36p349.

DEWEY, John. A criança e o programa escolar. In DEWEY, John. Vida e Educação. Trad. Anísio Teixeira. São Paulo: Melhoramentos, [1902]1978.

DUARTE, Rivania Kalil. A dimensão espacial dos programas de educação infantil: o espaço físico e as propostas político-pedagógicas das escolas de educação infantil do Município de São Paulo no período de 1975 a 1985. 2000. Dissertação (Mestrado em Educação), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2000.

FARIA, Ana Lúcia Goulart de. A contribuição dos Parques Infantis de Mário de Andrade para a construção de uma pedagogia da educação infantil. Educação & Sociedade, Campinas, ano XX, nº 69, dez. 1999. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73301999000400004.

FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Educação pré-escolar e cultura: para uma pedagogia da Educação Infantil. Campinas: Editora fda Unicamp/São Paulo: Cortez, 2002.

FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Origens da rede pública municipal na cidade de São Paulo: O Departamento de Cultura e os Parques Infantis de Mário de Andrade. Pró-posições, v. 6 n. 2[17], p. 34-45, jun. 1995.

FARIAS, Doracy Rodrigues; AMARAL, Luíza Maria Sousa do; SOARES, Regina Célia. Biobibliografia de Anísio Teixeira. Revista brasileira de estudos pedagógicos. Brasília, v. 82, n. 200/201/202, p. 207-242, jan./dez. 2001. DOI 10.24109/2176-6681.rbep.82i200-01-02.

FROEBEL, Friederich W. A. A educação do homem. Tradução de Maria Helena Camara Bastos. Passo Fundo: UPF, [1826]2001.

GRINDLER, Victor. Higiene e Recreação: Parques Infantis de São Paulo, 1935-1938. 2015. Dissertação (Mestrado em História da Ciência). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.

HADDAD, Lenira. A trajetória da educação infantil em quatro ciclos. In: SAETA, Beatriz Regina Pereira; NETO, João Clemente de Souza; NASCIMENTO, Maria Letícia B. P. (Orgs.). Infância: violência, instituições e políticas públicas. São Paulo: Expressão e arte, 2008, v. 2, p. 121-138.

HADDAD, Lenira. Políticas integradas de educação e cuidado infantil: desafios, armadilhas e possibilidades. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v.36 n.129, set./dez. 2006. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742006000300002.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida; PINAZZA, Mônica Apezzato (Orgs.). Pedagogias(s) da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 31-37.

KUHLMANN Jr., Moysés. Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899-1922). Cadernos de Pesquisa, São Paulo, nº 78, p 17-26, ago. 1991.

KUHLMANN Jr., Moysés. Histórias da educação infantil brasileira. Revista Brasileira de Educação, n. 14, Mai/Jun/Jul/Ago. 2000. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782000000200002.

LOPEZ, Telê Ancona. O turista aprendiz na Amazônia: a invenção no texto e na imagem. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 13, n. 2, dez. 2005. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-47142005000200005

ROSEMBERG, Fúlvia. A educação pré-escolar brasileira durante os governos militares. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 82, p. 21-30, ago.1992.

ROSEMBERG, Fúlvia. Expansão da educação infantil e processos de exclusão. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 107, p. 7-40, jul. 1999. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15741999000200001.

ROSEMBERG, Fúlvia. Organizações multilaterais, estado e políticas de educação infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 115, p. 25-63, mar. 2002. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742002000100002.

SANTOS, Ademir Valdir dos. Educação e fascismo no Brasil: a formação escolar da infância e o Estado Novo (1937-1945). Revista Portuguesa de Educação, v.25, n.1, p. 137-163, 2012.

TEIXEIRA, Anísio. A Pedagogia de Dewey (Esboço da teoria da educação de John Dewey). In Dewey (Col. "Os Pensadores"). São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 113-135.

Downloads

Publicado

2022-04-27

Como Citar

FERREIRA, Paulo Nin. Os parques infantis de Mário de Andrade no contexto das transformações políticas de atendimento à infância no período da ditadura militar. Debates em Educação, [S. l.], v. 14, n. 34, p. 270–284, 2022. DOI: 10.28998/2175-6600.2022v14n34p270-284. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/10674. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

<< < 91 92 93 94 95 96 97 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.