"Não sei nem português, quem dirá inglês": sentidos de dizeres recorrentes dos alunos de línguas
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.200536.119-131Palavras-chave:
Discurso, Língua portuguesa, Língua inglesa, Sentidos, Aprender, EnsinarResumo
A maioria dos professores de língua inglesa já ouviu de seus alunos a formulação que dá título a este estudo, bem como algumas outras também constantemente repetidas em discursos sobre ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Baseado na perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso, que permite perscrutar a relação entre o linguístico, o histórico e o ideológico nos processos de constituição dos sentidos, este trabalho propõe uma análise de formulações recorrentes, estabilizadas na memória dos sujeitos nos espaços das instituições de ensino. O objetivo da análise é contribuir para a compreensão de sentidos que circulam no contexto sócio-histórico sobre o qual se assentam as atividades pedagógicas de ensino das línguas portuguesa e estrangeiras, buscando as determinações sociais, poéticas e culturais que permitem uma prática social que é, ao mesmo tempo, repetível no fio do discurso e atravessada por vozes divergentes. O exame do repetível no fio do discurso dos sujeitos estudantes de línguas mostra como os sentidos se reproduzem e se rompem — entre o estabilizado e o contraditório - trabalhando efeitos imaginários que constroem as imagens que os sujeitos têm das línguas, das relações entre elas, bem como o modo como eles se representam no jogo simbólico-imaginário dos processos de identificação entre o espaço nacional e o mundo dito globalizado.