“Cadê a criança negra que estava aqui?”
da visibilidade seletiva ao apagamento da criança negra na BNCC
DOI:
https://doi.org/10.28998/2175-6600.2022v14nEspp1-25Palabras clave:
Criança negra, Racismo, BNCC, EducaçãoResumen
O objetivo do artigo é o de questionar a ausência enfática na BNCC de temas voltados para a educação racial na primeira infância, ou seja, para crianças negras entre 0 a 5 anos e 11 meses de idade. Ao mesmo tempo, problematiza-se a necessidade de se lutar por um currículo que, mormente desde a educação infantil, conceba lugares e experiências políticas, históricas, sociais e emocionais para uma infância negra, visando a pluralidade humana, condição precípua para toda democracia e combate a toda desigualdade social. A hipótese interpretativa sustenta que a BNCC, a partir dessa opção política cúmplice com o racismo sistêmico, agencia ênfases curriculares condizentes com a manutenção dos valores do patriarcado brasileiro e de todo desprezo social dele eivado. Para tanto, o artigo concebe dois desenvolvimentos analíticos. No primeiro, evidencia-se as razões que fundamentam o apagamento da criança negra na BNCC. Em seguida, investiga-se o alcance sistemático de um projeto político educacional cúmplice com as normativas racistas da sociedade brasileira, projetando para as crianças negras uma visibilidade seletiva. Ao cabo, argumenta-se que sem se priorizar as crianças negras como sujeitos da educação no currículo não há um currículo educacional, porém, há uma plataforma política racista.
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