Da lógica argumentativa à legitimidade da expertise

a agenda regional para a infância latino-americana e caribenha (2000-2020)

Auteurs-es

  • Camila Maria Bortot Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Elisângela Alves da Silva Scaff Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI :

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2023v15n37pe16457

Mots-clés :

Políticas Educacionais para Infância, Organismos Multilaterais, Experts, América Latina

Résumé

Este artigo busca analisar a organização da expertise de Organismos Multilaterais (OM) regionais sobre as políticas educacionais para a infância na América Latina e Caribe, no interregno de 2000-2020. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório e documental, desenvolvida por meio de consulta à página eletrônica dos repositórios dos seguintes OM: Banco Mundial, Banco Ibero-Americano de Desenvolvimento, Organização das Nações Unidas, Organização dos Estados Americanos e Organização dos Estados Ibero-Americanos. Os resultados do estudo apontam para controle simbólico convergente de homogeneização, cooperação e aconselhamento da padronização de políticas intersetoriais e interinstitucionais. Nesse sentido, criou-se, por meio da lógica argumentativa à legitimidade da expertise, uma agenda de reprodução da infância como etapa promotora de custo-efetividade para as reformas educacionais atuais, em que a participação do setor privado é amplamente destacada.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Camila Maria Bortot, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Pós-doutoranda em Educação pela UFPR. Professora da Universidade Estadual de Maringá

Elisângela Alves da Silva Scaff, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutora em Educação pela USP, com pós-doutoramento pela mesma instituição. Professora Associada da Universidade Federal do Paraná, no Programa de Pós-Graduação em Educação. Integra o Núcleo de Políticas Educacionais (NUPE) e é coordenadora da Rede de Estudos e Pesquisas em Planejamento e Gestão Educacional (REPLAG) e da Rede Internacional de Pesquisa "Pontes Lusófonas".  

 

Références

BALL, S. Educação global S. A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. Tradução de Janete Bridon. Ponta Grossa: UEPG, 2014.

BALL, S.; OLMEDO. A. A “nova” filantropia, o capitalismo social e as redes de políticas globais em educação. In: PERONI, V. (org.). Redefinições das fronteiras entre o público e o privado: implicações para a democratização da educação. Brasília, Liber Livro, 201. p.33- 47.

BERLINSKI, S.; SCHADY, N. Os Primeiros Anos: bem-estar infantil e o papel das políticas públicas. Washington, DC: Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2016.

BLANCO, R.; UMAYAHARA, M. Participación de las familias en la educación infantil latinoamericana. UNESCO/OREALC, Santiago, Chile, agosto, 2004.

BORTOT, C. M. Transferência de Políticas Educacionais para a Infância na América Latina e Caribe: práticas intersetoriais de Governança Global nos casos cubano e brasileiro. 449 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2022.

BRAVO, R. S. Técnicas de investigação social: Teoria e ejercicios. 7 ed. Ver. Madrid: Paraninfo, 1991.

CAMPOS, R. As indicações dos organismos internacionais para as políticas nacionais de Educação Infantil: do direito à focalização. Educação e Pesquisa (USP.Impresso), v. 39, p. 195-209, 2013.

DARDOT, P; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.

DENBOBA, A. D. et al. Investing in young children: key interventions and principles to ensure all young children reach their full potential. Washington, D.C.: Banco Mundial, 2014.

FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: EPSJV/Editora UFRJ, 2001.

FONSECA, M. O Banco Mundial como referência para a justiça social no terceiro mundo: evidências do caso brasileiro. Revista da Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 24, n.1, p. 37-68, 1998.

GOMES, G. F. Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación Básica. UDSE/OEA, 2007.

IASI, M. L. Política, Estado e ideologia na trama conjuntural. São Paulo: ICP, 2017.

MARTINS, A. M. Descentralização ou desconcentração: o tema na agenda das políticas educacionais. Vídeo (1h13min39s). Publicado pelo canal REPLAG. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x0nr0rcDErg&t=3188s. Acesso em setembro de 2023.

MONTAÑO, C. Terceiro setor e questão social. São Paulo, Cortez, 2008.

NAUDEAU, S. et al. Como investir na Primeira Infância: um guia para a discussão de políticas e a preparação de Projetos de Desenvolvimento da Primeira Infância. Washington, DC: The World Bank, 2010.

OEA. V Reunião de Ministros da Educação na área de Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral (CIDI), 2007.

OEI. Declaración de Lima: Agenda Iberoamerica: Plan de Accion: “Desafios para mejorar la calidad de vida de niñas, niños y adolescentes iberoamericanos”. XI conferencia Iberoamericana de Ministras, Ministros y Altos Responsables de La Infancia y Adolescencia. Lima (Perú), octubre, 2001.

OEI. Metas educativas 2021: la educación que queremos para la aeración de los bicentenários, 2008.

ONU. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em: https://odsbrasil.gov.br. Acesso em maio de 2023.

OYARCE, L. M.; LACOA, L. D. Lineamentos para la implementación y gestión de políticas públicas de protección integral dirigidas a la primera infância. OEA, 2012.

PERALTA, M. V. E.; GOMEZ, G. F. La Atención integral de la primera infancia em America Latina: ejes centrales y los desafios para el siglo XXI. Chile: OEA, 1998.

PROCOPIUCK, M.; FREY, K. Articulações organizacionais em redes de políticas públicas no ciberespaço: o caso da política de difusão social de TICs em Porto Alegre e Curitiba. o&s - Salvador, v.16 - n.51, p. 687-706 - Outubro/Dezembro, 2009.

PRONKO, M. O Banco Mundial e a Educação no Brasil. 04 maio 2021. 1 vídeo (1h33min06s). Publicado pelo canal HISTRAEB – História, Trabalho e Educação no Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_7MhO_CtKak. Acesso em setembro de 2023.

PRONKO, Marcela. Modelar o Comportamento: novas estratégias do Banco Mundial para a educação na periferia do capitalismo. Revista Trabalho, Política e Sociedade (online), vol. IV, nº 06, Jan-Jun. 2019.

ROSEMBERG, F. Organizações multilaterais, estado e políticas de Educação Infantil. Cadernos de Pesquisa. nº 115. São Paulo, mar. 2002.

SHIROMA, E. Redes, experts e a internacionalização de políticas educacionais. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, v. 5, e2014425, p. 1-22., 2020.

STONE, D. Transfer and Translation of Policy. Green Working Paper. Policy Studies. November 33(6):1-17, 2012.

UMAYAHARA, M. Coordinación Intersectorial de Políticas y Programas de la Primera Infancia: experiencias en América Latina. Publicado por la Oficina Regional de Educación para América Latina y el Caribe OREALC/UNESCO Santiago, 2004.

UNESCO. Declaração de Dakar. Texto adotado pela Cúpula Mundial de Educação Dakar, Senegal, 26 a 28 de abril de 2000.

UNESCO. Declaração de Incheon Educação 2030: rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos. Brasília: UNESCO, 2015.

UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia: UNESCO, 1990.

UNESCO. Declaración de Buenos Aires: Reunión Regional de Ministros de Educación de América Latina y el Caribe. 2017.

UNESCO. Ensinar e Aprender: alcançar a qualidade para todos – Relatório Conciso. Brasília: UNESCO, 2014.

VEGAS, E.; SANTIBÁÑEZ, L. The promise of early childhood development in Latin America and the Caribbean issues and policy options: book synopsis. Washington, D.C.: The World Bank, 2010.

WOOD, E. M. Democracia contra o Capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2010.

Téléchargements

Publié-e

2023-12-20

Comment citer

BORTOT, Camila Maria; SCAFF, Elisângela Alves da Silva. Da lógica argumentativa à legitimidade da expertise: a agenda regional para a infância latino-americana e caribenha (2000-2020). Debates em Educação, [S. l.], v. 15, n. 37, p. e16457, 2023. DOI: 10.28998/2175-6600.2023v15n37pe16457. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/16457. Acesso em: 25 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê: Políticas Educacionais na América Latina: retrocessos e perspectivas

Articles similaires

<< < 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.