Bakhtin e as primeiras cartas de “Carlos & Mário”: fronteiras e diálogos
DOI:
https://doi.org/10.28998/2317-9945.201555.163-180Palabras clave:
Drummond e Mário de Andrade, Bakhtin, Dialogismo epistolarResumen
Neste artigo analisamos as onze primeiras cartas da extensa epistolografia construída entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade de 1924 a 1945. Utilizamos os conceitos bakhtinianos de sujeito, ideologia do cotidiano, esfera ideológica e diálogo entre enunciados e entre sujeitos. Aqui, tais cartas são compreendidas como enunciados situados na fronteira da ideologia do cotidiano com as esferas sociais e na fronteira entre duas ou mais esferas (literária, educacional, acadêmica), pois nas cartas estão presentes a linguagem da literatura, da pedagogia e da crítica literária. Cartas e missivistas se situam num contexto sócio-histórico povoado de múltiplas vozes sociais, onde a relação eu–outro se evidencia. A teoria mobilizada proporciona uma leitura singular e relevante para as cartas desses escritores e poetas brasileiros, de modo a fomentar o novo status recentemente ocupado pela carta em geral.