A participação dos professores na reforma do Ensino Médio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2024v16n38pe16478

Palavras-chave:

Reforma do Ensino Médio, Trabalho Docente, Participação, Professores

Resumo

Objetiva-se explicitar que a secundarização do pensado pelos professores em relação aos problemas, debilidades e estratégias visando pôr em funcionamento um novo ensino médio, decorre do fato da reforma imposta compor uma agenda neoconservadora para a educação pública. Como caminho metodológico debateu-se com autores que discutem a reforma do ensino médio em articulação com outros que se voltaram para o debate sobre as consequências das políticas gerencialistas para o trabalho docente. Concluiu-se que a extensa carga de trabalho que os professores têm dificulta a sua participação no debate das questões relativas à dinâmica escolar e sobre o currículo “ideal” para o ensino médio. Entende-se que se efetivamente houver interesse em promover reformas educacionais na perspectiva de pôr em funcionamento um ensino médio de qualidade referenciada, há de estabelecerem políticas que assegurem aos professores condições de trabalho adequadas e uma política salarial de valorização da carreira docente. Mas não só isso, demanda-se que aos professores seja assegurada a possibilidade de dedicação exclusiva, o que pode proporcionar maiores probabilidades da participação dos professores na definição do que deve ser um ensino médio que atenda aos interesses das juventudes e também estimulador do trabalho do professor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

APPLE, Michael. Produzindo diferença: neoliberalismo, neoconservadorismo e a política de reforma educacional. Linhas Críticas, Brasília, DF, n.46, p. 606-644, set./dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/4684. Acesso em: 23 mai. 2023

ROCHA, Nathália Fernandes Egito Rocha; PEREIRA, Maria Zuleide da Costa. Base Nacional Comum Curricular: os discursos sobre a docência. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 13, n. 25, p. 203-217, jan./mai. 2019. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/964/pdf_1. Acesso em: 11 jan. 2023

ANDRADE, Maria Carolina de; MOTTA, Vânia Cardoso da. Não pense em crise, trabalhe”: o empresariamento da educação de novo tipo e a crise orgânica do capitalismo. Revista Trabalho Necessário, v. 21, n. 44, p.1-21, jan./abr. 2023. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/57573. Acesso em: 19 abr. 2023

APPLE, Michael. “Endireitar” a educação: as escolas e a nova aliança conservadora. Currículo sem Fronteiras, v.2, n.1, p.55-78, jan./jun. 2002a. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol2iss1articles/appleconf.pdf. Acesso em: 22 mai. 2023

APPLE, Michael. Interromper a direita: realizar trabalho educativo crítico numa época conservadora. Currículo sem Fronteiras, v.2, n.1, p.80-98, jan./jun. 2002b. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol2iss1articles/appleconf.pdf. Acesso em: 22 mai. 2023

ARROYO, Miguel G. O direito à educação e a nova segregação social e racial-tempos insatisfatórios? Educação em Revista, v. 31, n. 3, p. 15-47, jul./set. 2015. Disponível em: SciELO - Brasil - O DIREITO À EDUCAÇÃO E A NOVA SEGREGAÇÃO SOCIAL E RACIAL - TEMPOS INSATISFATÓRIOS? O DIREITO À EDUCAÇÃO E A NOVA SEGREGAÇÃO SOCIAL E RACIAL - TEMPOS INSATISFATÓRIOS?. Acesso em: 16 ago. 2022

CARRANO, Paulo. O ensino médio na transição da juventude para a vida adulta. In: FERREIRA, Cristina Araripe et al. (Org.). Juventude e iniciação científica: políticas públicas para o ensino médio. Rio de Janeiro: EPSJV, UFRJ, 2010. p. 143-168. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l167.pdf. Acesso em: 24 fev. 2023

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREITAS, Luiz Carlos de. Os Reformadores Empresariais da Educação: da desmoralização do magistério à destruição do sistema público de educação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 33, n. 119, p. 379-404, abr./jun. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/PMP4Lw4BRRX4k8q9W7xKxVy/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 04 mai. 2022.

FREITAS, Luiz Carlos de. Os reformadores Empresariais da Educação e a Disputa pelo Controle do Processo Pedagógico na Escola. Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1085-1114, out/dez. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/xm7bSyCfyKm64zWGNbdy4Gx/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 04 mai. 2022.

FREITAS, LUIZ Carlos. Políticas de responsabilização: entre a falta de evidência e a ética. 2013. Cadernos de Pesquisa, v. 43, n.148, p. 348-365, jan./abr. 2013. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/266/279. Acesso em: 25 abr. 2023

FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. A formação do cidadão produtivo: a cultura de mercado no ensino médio. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006.

FUKUYAMA, Francis. O fim da História e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

GENTILI, Pablo. Mentiras que parecen verdades: argumentos neoliberales sobre la crisis educativa. In: Congreso internacional de educación: educación, crisis y utopias. Buenos Aires, 1996b. p. 1-18. Disponível em: http://pedagogiaunrpsi.blogspot.com/2018/10/mentiras-que-parecen-verdades-pablo.html. Acesso: 07 jul. 2022.

GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do usuário In: GENTILI, Pablo; SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.) Escola S.A: quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE, 1996a. p. 9-49

GONÇALVES, Suzane da Rocha Vieira. Interesses mercadológicos e o “novo” ensino médio. Retratos da Escola, Brasília, v. 11, n. 20, p. 131-145, jan./jun. 2017.Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/753. Acesso: 31 ago. 2022.

KRAWCZYK, Nora O ensino médio no Brasil. São Paulo: Ação Educativa, 2009. – (Em questão, 6). Disponível em: http://bibliotecadigital.abong.org.br/bitstream/handle/11465/1140/1763.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso: 01 set. 2022.

LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e pesquisa, São Paulo, v. 38, p. 13-28, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/YkhJTPw545x8jwpGFsXT3Ct/abstract/?lang=pt. Acesso em: 17 ago. 2022

OLIVEIRA, Ramon de. Empresariado industrial e educação brasileira. São Paulo: Cortez, 2005.

PERONI, Vera; CAETANO, Maria Raque; LIMA; Paula de. *Reformas educacionais de hoje: as implicações para a democracia. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 11, n. 21, p. 415-432, jul./dez. 2017. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/793. Acesso em: 10 jan. 2023

SHIROMA, Eneida Oto. Política de profissionalização: aprimoramento ou desintelectualização do professor? Intermeio: revista do Mestrado em Educação, Campo Grande, MS, v. 9, n. 17, p. 64-83, 2003. Disponível em: https://www.seer.ufms.br/index.php/intm/article/view/2605/1877. Acesso em: 17 mai. 2023

SHIROMA, Eneida Oto; EVANGELISTA, Olinda. Formação humana ou produção de resultados? trabalho docente na encruzilhada. Revista Contemporânea de Educação, v. 10, n. 20, p. 314-341, jul./dez. 2015. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/2730/2297. Acesso em: 16 mai. 2023

SILVA, Damaris Daiane Dias da; MARTINS, Marcos Francisco. A participação docente na Nova Reforma do Ensino Médio: um estudo sobre Pilar do Sul/SP. Revista HISTEDBR On-line, v. 20, p. 1-23, 2020. Disponível em: A participação docente na nova reforma do ensino médio | Revista HISTEDBR On-line (unicamp.br). Acesso em: 30 ago. 2022.

SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da; SILVA, Katharine Ninive Pinto. O Programa de Educação Integral no Ensino Médio Regular em Pernambuco e suas utilizações. SÉRIE-ESTUDOS, Campo Grande, v. 24, p. 185-201, mai./ago. 2019. Disponível em: https://serieucdb.emnuvens.com.br/serie-estudos/article/view/1135/pdf. Acesso em: 24 fev. 2023.

SILVEIRA, Éder da Silva; RAMOS, Nara Vieira; VIANNA, Rafael de Brito Vianna. O “novo” ensino médio: apontamentos sobre a retórica da reforma, juventudes e o reforço da dualidade estrutural. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 20, n. 43, p. 101-118, jan./abr. 2018. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/3992. Acesso em: 29 mar. 2023.

TARDIF, Maurice. A profissionalização do ensino passados trinta anos: dois passos para a frente, três para trás. Educação & Sociedade, vol.34, n.123, p. 551-571, abr./jul. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/LtdrgZFyGFFwJjqSf4vM6vs/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 22 jul. 2022.

YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educação & sociedade, Campinas, v. 28, n. 101, p. 1287-1302, set./dez. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/GshnGtmcY9NPBfsPR5HbfjG/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 05 jul. 2022.

Downloads

Publicado

2024-10-04

Como Citar

OLIVEIRA, Ramon de. A participação dos professores na reforma do Ensino Médio. Debates em Educação, [S. l.], v. 16, n. 38, p. e16478, 2024. DOI: 10.28998/2175-6600.2024v16n38pe16478. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/16478. Acesso em: 6 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.